Freire, C. & Koifman, S., 2013. Pesticides, depression and suicide: A systematic review of the epidemiological evidence. International Journal of Hygiene and Environmental Health, 216(4), p.445–460.
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Esta revisão sistemática reuniu 25 estudos epidemiológicos sobre a relação entre a exposição a agrotóxicos (e também fatores associados à exposição a agrotóxicos, como ocupação em atividade agrícola) e distúrbios psiquiátricos, notadamente, depressão e desordens psiquiátricas (11 estudos) e desfechos relacionados ao suicídio, por exemplo, ideação suicida, tentativa de suicídio e mortalidade por suicídio (14 estudos), publicados no período de 1995 a 2011.
Depressão:
Os resultados de um grande estudo ecológico realizado no Brasil, no Estado do Rio de Janeiro, sugerem a existência de uma associação entre exposição a agrotóxicos e desordens afetivas. Apesar das diferenças metodológicas, todos os sete estudos transversais sobre exposição aos agrotóxicos e depressão demonstraram existir uma relação positiva entre exposição aos agrotóxicos e o desfecho em questão – depressão. Em um desses estudos, agricultores com histórico de envenenamento por inseticida apresentaram um risco de aproximadamente seis vezes maior (OR: 5,95; IC95%: 2,56-13,84) para sintomas depressivos. Outro estudo que investigou 17.295 trabalhadores, o risco para depressão foi duas vezes maior entre aqueles com ocupações agrícolas em comparação com aqueles com ocupações não relacionadas com a agricultura (OR: 2,30; IC95%: 1,61-3,28).
Suicídio:
Quatro dos cinco estudos ecológicos referentes a expostição a agrotóxicos e suicídos mostraram uma associação positiva entre tais variáveis. Em um dos estudos, conduzido no Brasil, observou-se que trabalhadores agrícolas residentes em áreas com alta taxa de utilização de agrotóxicos apresentam um risco aumentado para suicídio – mortalidade – (OR: 2,61; IC95%: 2,03-3,35), e para hospitalização devido a tentativa de suicídio.
De um modo geral, os autores concluem que a revisão da literatura sugere correlação entre exposição a pesticidas, depressão e suicídio, porém a evidência epidemiológica é ainda muito limitada, e há necessidade de novos estudos epidemiológicos prospectivos.